sexta-feira, agosto 28, 2009

Insossa arte


Teu beijo tem gosto de despedida,
sabor sem sal de quem fica e não vai.



Teu sabor de quem mal sentiu,
mal ouviu, mal chegou
e vôou.

Quem não espera,
não se surpreende,
não se entristece,
não perece,
não entende.

Não se explica o que não se entende:
Se não há amor não há partida,
se não há paixão,
não há ferida.

Expressa no céu da boca
mais uma vontade de açúcar!

quinta-feira, agosto 27, 2009

A cor do mundo





A cor do mundo é a cor do mundo.

Seus olhos cor-de-cor de si próprio,
sem dignidade, sem autodeterminação,
sem pacífica solução.

A cor do mundo é a cor do medo,
a cor da raiva,
a cor do domínio,
a cor do mais forte.

Vãs esperanças,
vãs constituições,
não basta nascer,
é preciso ser irreversível.

Não há, no mundo, quem se guie pelo coração?

A cor do coração é
a cor-de-cor de si mesmo,
tem coragem quem tem coração.
A cor da coragem é imprevisível,
em cada ato sua cor reage,
seu coração rebate,
o mundo torna-se mais são.

sexta-feira, agosto 21, 2009


Nós sós sem nós
sem o que nos traga,
sem o que nos pertença,
sem o que materialize em um.
Sem ser ou ter ou esquecer,
sem nenhum porquê.