quinta-feira, novembro 05, 2009

Chão de Giz

Eu desço dessa solidão
Disparo coisas sobre
Um Chão de Giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas
Amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes...

Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe
Um grão-vizir
Há tantas violetas velhas
Sem um colibri
Queria usar quem sabe
Uma camisa de força
Ou de vênus
Mas não vou gozar de nós
Apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom...

Agora pego
Um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Prá sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de "boy"
That's over, baby!
Freud explica...

Não vou me sujar
Fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo
É assunto popular...

No mais estou indo embora!

Zé Ramalho

quarta-feira, outubro 21, 2009

à francesa

Me escondo na lua,
quando junto os meus pedaços e mesmo assim
não me acho;
Quando faço do tempo futuro,
meu inimigo atrasado;
Quando tua ausência presente,
me abraça antes de dormir;
Quando o ditador sol de manhã determina:
nada do que foi será do jeito que já foi um dia!
De quando em quando, astuta
saio à francesa e me escondo na lua...
.


Priscylla de Cassia
E quer ouvir

falar do que se foi

há agora que inspira
jornadas fantásticas
que hão de vir

enquanto respira a mágoa
em
gotas








de







chuva.






Caem as máscaras:
precipitadas pelo destino
vêm as verdades

e
são









o que

são.
Bastaria um dia apenas
apenas um dia
Para colocar tudo no lugar
Mas....
É difícil
O dia nunca amanhece.

E ficam todos no escuro
tateando, titubeando.
Andando de um lado para o outro;
como zumbis
agressivos
inofensivos
maldosos
fragilizados

Como soi.
Comno soi; fragilizados
vide que há muito que fazer
No escuro desse dia.

O ser humano caminha
pelo escuro que construiu.

Quem dirá?
Quem poderá dizer
Culpado ou inocente?

Se ali na frente
alto, existe um arco-íris.
e um pouco mais além,
um céu estrelado.

Bastaria um dia
apenas um dia
se o dia amanhecesse.


Regina Helena Martins Vita

terça-feira, outubro 20, 2009

O INFERNO SÃO OS OUTROS- DETONAUTAS



O que seria da tua beleza
Se eu fechasse os meus olhos pra você
O que adiantaria essa tua ideologia
Se tua própria liberdade se transformasse em opressão
Escute o meu silêncio
Talvez você nem tenha percebido
Que eu te quis também
Se ao menos eu pudesse te mostrar
Que o inferno são os outros
Você não quis me escutar
E o tempo não parou
Vou sair pra ver o sol
Vou mentir e dizer que eu não sou feliz
Vou sair pra ver o sol
Deixo a porta aberta se quiser voltar
Mas saiba que eu também consigo viver só
A solidão que me ensinou a ser mais forte
e a qualquer lugar eu vou sem medo
Você não quis escutar
E o tempo não parou
Vou sair pra ver o sol
Vou mentir e dizer que eu não sou feliz
Vou sair pra ver o sol
Vou mentir e dizer que eu não sou feliz.

domingo, setembro 20, 2009


Sem desperdício

me despeço


Despeço-me agora.

Neste instante cansado,


Agradeço.


Sou o que me permito.

Despeço-me sem desperdícios,

do que fui sem nunca ser.



Despedaço

todo

o

passado


como

num

quebra

cabeças


não

me

acho.


Tudo quanto não quer ser,

abandono,

das causas suspensas,

das abstenções analíticas,

sínteses diárias

de pequenos fracassos.


Todos conhecem o valor do sucesso,

um sonho infantil,

que preservado, perseguido

é alcançado.


Sem desperdícios, persigo
quem sou


quem serei,

por tudo o que não quer ser:


Esboço infeliz de anuláveis mulheres.

Dependentes criaturas,


decisão tardia dum sonho fugidio.

Fragilidade ininterrupta

de reincidentes mágoas.




Preservo-me sem medo,

despeço-me

de todo desperdício de emoção.

De tudo o que dói

de tudo o que pena

daquilo que detona,

implodo tudo.

Sei que vale a pena.

quinta-feira, setembro 17, 2009

IRMÃS

BY Priscylla de Cassia

Desde o primeiro dia que nos conhecemos nos reconhecemos,

nossa amizade vem de antes e sei que irá sempre além.

Além vida além terra além distâncias além de tudo...

Impossível descrever ou definir tantas emoções que vivemos,

altos e baixos... medos e alegrias, entre a sanidade e a loucura,

histórias que ninguém acreditaria...

Contrariamos as estatísticas, todos os mau agouros rsrs..

as más influências.. as más escolhas, o maus momentos...

Aqui estamos, intactas, ou quase...

Como é importante ter vocês!

O que seria de mim sem tudo isso?

A felicidade é mesmo feita de momentos,

a fugacidade da vida não faria sentido sem testemunhas.

Dividir, compartilhar, viver!

Sou tão feliz por saber que não estou sozinha...rss

Amo você!

Amo Vocês!

terça-feira, setembro 08, 2009


Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.

(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,

Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente


E sem desassosegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,


E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro


Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,


Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos


Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,


Pagã triste e com flores no regaço.

Ricardo Reis

sexta-feira, agosto 28, 2009

Insossa arte


Teu beijo tem gosto de despedida,
sabor sem sal de quem fica e não vai.



Teu sabor de quem mal sentiu,
mal ouviu, mal chegou
e vôou.

Quem não espera,
não se surpreende,
não se entristece,
não perece,
não entende.

Não se explica o que não se entende:
Se não há amor não há partida,
se não há paixão,
não há ferida.

Expressa no céu da boca
mais uma vontade de açúcar!

quinta-feira, agosto 27, 2009

A cor do mundo





A cor do mundo é a cor do mundo.

Seus olhos cor-de-cor de si próprio,
sem dignidade, sem autodeterminação,
sem pacífica solução.

A cor do mundo é a cor do medo,
a cor da raiva,
a cor do domínio,
a cor do mais forte.

Vãs esperanças,
vãs constituições,
não basta nascer,
é preciso ser irreversível.

Não há, no mundo, quem se guie pelo coração?

A cor do coração é
a cor-de-cor de si mesmo,
tem coragem quem tem coração.
A cor da coragem é imprevisível,
em cada ato sua cor reage,
seu coração rebate,
o mundo torna-se mais são.

sexta-feira, agosto 21, 2009


Nós sós sem nós
sem o que nos traga,
sem o que nos pertença,
sem o que materialize em um.
Sem ser ou ter ou esquecer,
sem nenhum porquê.

quinta-feira, julho 23, 2009

Não importa


se o teu beijo é doce, não me importa nada,
se tuas mãos são calmas,
teu corpo templo,
razão de meus desejos,
não importam intenções, não me importam sentimentos,
nada importa,
se puder ter um pouco do que sou,
se pudesse tê-lo,
tocá-lo um pouco mais,

se o teu beijo é doce,
eu só quero apimentá-lo,
tua mente é só tua, não a quero,
quero estar por uns instantes em tua memória,
em teus lábios, em tuas mãos,
em teu corpo,

não me importa,

não me importa teu consentimento,
se daqui onde estou,
posso muito mais do que imaginas...

domingo, julho 19, 2009




Que Será

O que será, que será?
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza

Será, que será?

O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho...

O que será, que será?
Que vive nas idéias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos dos desvalidos
Em todos os sentidos...
Será, que será?

O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentido..
.O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
Por que todos os sinos irão repicar
Por que todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo...

Chico Buarque

sexta-feira, julho 10, 2009

VIDA ETERNA


Gustavo (Ben)
Aqui permanecemos, aqui permanecem suas raízes, bem estruturadas e saudosas.
Saudosas da tua presença, do teu riso, da tua voz, da tua segurança, das tuas decisões certeiras.
Neste momento, todos estamos questionando o sentido da vida os conceitos de justiça e Deus.
Tua ausência agora parece-nos cruel e insensata. Um homem que sempre cumpriu com todos os mandamentos divinos, íntegro e correto, que tanto trabalhava para bem educar e prover sua família.
Cumpriu sua missão.
Seus filhos estão crescidos, e nada deixarão faltar a tua mulher.
E é por todos os inegáveis sinais de que há uma força maior que nos guia, que me entrego à idéia de que há um plano divino, um astral supremo, sagrado, para onde caminham todas as almas.
Do pouco que sei e sinto e acredito, você entregou-se a este plano, que não nos pertence, e encontra-se além do nosso vil entendimento.
Sei que a você o paraíso será entregue. Você somente merece o amor e a paz do Espiríto Santo.
Desejo que as palavras não ditas sejam ditas agora, que as mal ditas sejam esquecidas e que as bem ditas sejam sempre lembradas.
É INACREDITÁVEL e INACEITÁVEL, estamos todos revoltados e tristes IMENSURAVELMENTE TRISTES.
Não podemos perder nossa fé, pois a idéia de continuidade conforta, acalma e explica.
Deus é injusto? Existe deus? Existe um mundo superior onde vivem as almas merecedoras? Temos na vida o que merecemos? Estamos exatamente onde devemos estar? Por que nascemos? Por que morremos? A alma é eterna? Existe mesmo alma?
E o amor, existe o amor?
Esta é a única resposta que eu sei responder, o amor existe. E é por ele que somos uma família. Foi pelo amor que trabalhou a vida inteira. Foi o seu amor que construiu tudo ao seu redor. Foi este amor que lhe rendeu todos os momentos felizes de sua vida. E foi o amor que te ajudou a segurar o medo nas dificuldades. Por amor nada é justo ou injusto, o amor é a razão pela qual vivemos e talvez seja a razão pela qual morremos.
A morte é a hora de nos entregarmos ao amor de Deus. Incompreensível?? Talvez.
Tua consciência clara e límpida te levará aos mais belos caminhos.
A contemplação da paz será sua tarefa.
Teus antepassados te aguardam felizes, teus descendentes continuarão tua história com a mesma dignidade e força por você ensinadas. Orgulhar-se-á por cada vitória alcançada.
Teu nome será sempre pronunciado com muita HONRA, AMOR e ORGULHO.

da sua sobrinha que sempre vai te amar e admirar

sábado, junho 13, 2009

Insegurança


Um mundo de infinitas possibilidades
é um mundo de insegurança.
A fluidez do momento
tornou o amor líquido,
produto com validade certa.

O ser que ama deve se render ao outro para ser amado livremente?

A força do amor está na atração que um exerce sobre o outro,

O fascínio é fonte de poder:
o poder de atração de um sobre o outro


Compra-se o que se quer,
ninguém está satisfeito,
há o mito do complementar,
há os que desejam o inteiro.

como ser feliz sem comprometer-se?
fugir da solidão com reservas de privacidade?

a lógica e causalidade estão suspensas

A repetição presta-se a apaziguar a angústia.
A repetição precisa ser da mesma história e precisa ser igualmente repetida.
Cada nova repetição parece aperfeiçoar o desejado domínio.

segurança


Satisfaz teu prazer
em inevitáveis sensações.

Tu és arma,
e o alvo não espera tua ira.

Irretratável ato:
mataste tua verdade,
deixaste viver tua mentira,
na beleza do poder,
na humana segurança divina.

Permaneces exato.
Em teus olhos haverá sempre mira.
Mira em teus sonhos,
transforma-os em fatos.

sábado, junho 06, 2009

Não foi dada


não foi o tempo
não foi a mágoa,
não foi nada,

não foi nada.

gosta apenas de ser assim,
pedaço pela metade,
alegria às avessas,
eternidade clandestina,

senha roubada de uma conta sem fundo

não foi o tempo,
não foi o segundo,
não foi o mês,
não foi o medo,
não foi nada.

não foi nada,

olhos que não são vistos,
alma de janelas fechadas,
suas portas estão abertas,
mas as chaves foram trocadas.

gosta apenas de ser assim
nem certa nem errada,
meio termo de uma nota aguda,
entre termos de orações curtas,
frase calada
de uma canção oculta.

quinta-feira, maio 14, 2009

Viciante

Minha desunião
Corpo quer e razão nega
Minha contradição
Viciei-me em teu suor
Corpo inteiro desnorteado
Buscando incansável
Algo parecido
Com a sensação de te tocar

Motivos mil me levam
A ficar bem longe
Da tua boca
Do teu beijo
Basta um
As peles se pedem
Respiração
Transpiração
Movimento
Vibração

Viciante


Jardim das Horas

Mens sana in corpore sano


Nas frias manhãs do inverno astral
Tudo ao redor parece vazio e triste
O elo da vida parece frágil demais.

Nas frias manhãs do inverno astral,
a vida se resume em apenas estar.
Passar com as folhas ao vento
Caminhar no tempo
Carregar no peito uma pedra de gelo
Desejo não muito ardente
de partir para novas plagas.

Nas frias manhãs do inverno astral,
O elo da vida parece frágil demais...
Curvar-se, encolher-se, eis o que resta
O latido de um cão ao longe,
janelas fechadas,
neblina, sob um céu cor de cinza.
Desejo não muito ardente
de conservar a sanidade mental.

No inverno astral.
Mens sana in corpore sano
Mens sana in corpore sano.
Uma pedra de gelo no peito
e a cabeça repetindo
Mens sana in corpore sano
Mens sana in corpore sano...
Os pés frios, as mãos frias,
o corpo encolhido
o calor, a vida, as auras coloridas.
Tudo engolido ela fria manhã
deste inverno astral.
Regina Helena Martins Vita

segunda-feira, maio 11, 2009

Lapso

Regressaremos nestes instantes
ao que nunca se foi.
Perdoados os Destinos torpes,
pudemos estar no que está por existir.

Desejamos o encurtamento da distância,
mas à infinita lacuna seremos levados.

Quando teus olhos doces me tocarem,
saberei que não fui quem o amou.

Regressaremos ao que jamais aconteceu,
à infinita lembrança das idéias compulsórias.
Mudaríamos os Destinos frágeis,
mas o amor sofreu variáveis,
atuantes em toda sociedade.

Dura concepção ilusória,
o ideal é apenas o ideal e assim o é.

Talvez haja uma maneira correta
de permear a realidade,
mas apenas aspectos do agora parecem reais.
Aparências simbólicas de sonhos imaginários.

Permanecemos,
células pré fatigadas -
em fornos de almas, como rápidos átomos.
Encontramos aquilo que não escolhemos,
se acreditarmos encontraremos.

Em regra, presenteamos o passado
com um futuro tão esperado.
Regressaremos a este futuro:
assistiremos nossas vitórias,
com ares de futuro, (sem medos de derrota)
luz que outrora escureceu o passado.

Inexato presente compacto,
há um regresso de ilusões dormentes,
sóis que acalmam mentes.
E mentes, calores que nunca sentes.

quinta-feira, maio 07, 2009

Projeto Cultural

Em tempos de cruz,
na velocidade da luz
não posso esquecer,
se tudo se esquece
se descarta,
se apaga.
Eu não tenho nada...
mas,
fragmentada a realidade:
tudo o que há
são es
ti
lha
ços de espelhos,
reuni-los trará verdade
e
persigo, cega, minha miragem,
enquanto tudo se esquece.
Reflexos em cacos:
somos nós, nós estamos lá:
des
pe
da
ça
dos.
Modernidade caótica, inconstante
permanente sensação de familiaridade,
Sinto que posso ser veloz o suficiente!
Não o suficiente para darmos as mãos
ou desenlaçarmos os versos,
cruzarmos os braços.
Em grande rapidez,
o futuro aproxima-se.
Grandiosas lutas, quando em nossas mãos,
algum poder.
Não haverá a sua memória
e em suas mãos, algumas espadas:
Olharás para trás:
nada haverá
como tudo o que passou:
apagou
esqueceu.
Na memória apenas esquecimento,
a arte se esqueceu de ser arte,
a vida é para o esquecimento.
Pensamentos fugazes esqueceram-se de pensar.
Me esqueci de ser eu
para nunca ser tua.
Em apenas segundos,
não haverá história,
tudo se reproduziu.
Posso esquecer, se sempre impermanente
permanecerei velozmente
nestes ínfimos sentidos
congruentes.